A decisão do governo de Cuba que saiu do Mais Médicos, anunciada nesta quarta-feira (14) deve afetar também os cubanos que atuam na saúde pública de Franca (SP). Na cidade são cinco profissionais que atendem a população através do programa social do Governo Federal.
A reportagem entrou em contato com o secretário de Saúde, Rodolfo Moraes que informou ainda não ter recebido nenhum comunicado oficial por parte do Ministério da Saúde. “Com relação aos médicos cubanos que atuam em Franca, prefiro esperar um posicionamento oficial do Ministério da Saúde com as devidas orientações, a fim de dar uma informação, um comunicado mais preciso, certeiro, porque tudo que eu falar agora, sem a posse dessas informações será mera especulação”, disse o secretário.
Já no final da tarde de hoje, o Ministério da Saúde publicou em seu site oficial que recebeu o comunicado da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), sobre a decisão do governo cubano e que está “adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que contam com profissionais de Cuba”.
O Ministério ainda afirma que “a iniciativa imediata será a convocação nos próximos dias de um edital para médicos que queiram ocupar as vagas que serão deixadas pelos profissionais cubanos. Será respeitada a convocação prioritária dos candidatos brasileiros formados no Brasil seguida de brasileiros formados no exterior”.
A medida adotada pelo governo de Cuba cita "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil.
Pelo Twitter, Bolsonaro se posicionou sobre o assunto que também foi tratado durante sua campanha eleitoral. "Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou".