A retomada da atividade nas indústrias de calçados ainda gera polêmica e divide as opiniões em Franca (SP). Após a assinatura do decreto do prefeito Gilson de Souza (DEM) as empresas estão obrigadas a ficarem fechadas até dia 07 de abril.
Essa decisão foi tomada após pedido de diversos órgãos como, por exemplo, Sindicato das Indústrias de Franca (Sindifranca), Associação do Comércio Indústria de Franca (ACIF), Sindicato do Comércio Varejista e a Unimed.
O decreto do governador, João Doria, permite que as indústrias trabalhem desde que atendam as recomendações de segurança sanitária, porém como existe a ordem municipal as empresas devem respeitar a decisão e manter as portas fechadas.
Ontem (30) diversos órgãos estiveram reunidos em encontro realizado no Parque de Exposições Fernando Costa para discutir o assunto. Após muita pressão e ameaças de demissões em massa por alguns empresários, o tema vem sendo debatido quase que diariamente devido aos impactos que o fechamento pode trazer na economia da cidade.
O Sindifranca apresentou um plano de ação que prevê a adequação das indústrias dentro das normas definidas e recomendadas pelos órgãos de saúde. Em entrevista pela Rádio Imperador e portal Pop Mundi, José Carlos Brigagão, presidente do Sindifranca disse que “essa reunião foi muito boa, foi aprovada pelos técnicos da Prefeitura e devemos retornar em uma nova reunião nesta quinta-feira (2) quando então será fornecido ao prefeito subsídio necessário para que ele possa decretar a volta das empresas no dia 08”.
Entre as medidas que devem ser adotadas pelas indústrias estão, uso de máscaras, álcool em gel, limpeza de banheiros e outros itens que devem ser cumpridos.
O Sindicato dos Sapateiros representado pelo presidente Sebastião Ronaldo defende que sejam respeitadas as decisões dos órgãos de saúde e mantenha o fechamento das empresas.
Ele também falou em entrevista ao jornalismo da Imperador e portal Pop Mundi e disse que “quando foi para decidir a paralisação as empresas não convidaram a gente enquanto representante dos trabalhadores, lógico que no nosso entendimento, essa posição da parada das indústrias, do comércio, foi uma posição muito bem acertada”.
Quanto ao plano de ação ele comentou “estão falando que é o Sindicato dos Sapateiros e o Sebastião Ronaldo não querem deixar as empresas retornarem, olha, quem assina decreto é governador e prefeito, com essa situação, se querem que as empresas voltem a trabalhar é responsabilidade de quem vai assinar o decreto. Não é o Sebastião Ronaldo que vai assinar embaixo de uma irresponsabilidade dessa colocando tanto os trabalhadores e a população em risco, justamente nesse momento, que segundo os profissionais da saúde é que a partir desse momento é que a classe trabalhadora e a população vão correr mais risco”.
Reflexos do Covid-19
A paralisação das indústrias gera críticas por parte de alguns trabalhadores e empresários que alegam efeitos drásticos com a perda de produção e empregos.
Segundo José Carlos Brigagão “nós estamos tendo enormes dificuldades para que as indústrias possam voltar uma vez que o comércio no Brasil está fechado. Nós temos cancelamento de pedidos, prorrogações de duplicatas por parte do varejo e a população não está na rua para comprar”.
Quanto ao desemprego ele acrescentou que “pode ocorrer, vai depender de cada empresa, o que ocorre é que as indústrias não só de Franca como do Brasil, o Governo Federal vem e faz uma explanação, o Governo do Estado também solta condições de financiamento para capital de giro só que esses recursos não chegam nos setores. Quando as indústrias vão procurar entrar em contato para poder se habilitarem e conseguir esses financiamentos, as exigências são descabidas, absurdas. Nós estamos em contato com os governos mostrando essa situação à eles”.
Ouça a entrevista de José Carlos Brigagão do Sindifranca:
Ouça a entrevista de Sebastião Ronaldo do Sindicato dos Sapateiros:
Prefeitura
A administração municipal confirmou que uma nova reunião está agendada com os representantes de todos os segmentos do comércio e indústria nesta quinta-feira (2). Ainda de acordo com a Prefeitura, a aceitação das partes para que as atividades na indústria sejam retomadas foi destacada pelo Ministério Público representado pelo promotor Eduardo Tostes.
Comércio
A situação sobre a reabertura das lojas e estabelecimentos do comércio é um pouco mais complicada porque depende da liberação tanto da Prefeitura quanto do Estado já que ambos os decretos determinam o fechamento até dia 07 de abril.
No encontro de ontem (30) também participaram os representantes do Sindicato do Comércio Varejista e da Associação do Comércio Indústria de Franca (ACIF). Um plano de ação com medidas de prevenção conforme recomenda os órgãos de saúde foi apresentado solicitando a abertura gradual do comércio.
Os representante da Unimed voltaram a destacar a importância de se manter o isolamento social como medida de prevenção ao Covid-19.