Taxistas e mototaxistas estão revoltados com os prejuízos e as dificuldades que vêm enfrentando para se manterem na atividade em Franca. Segundo eles, após o início da operação de empresas de serviços de transporte de passageiros por meio de aplicativos, houve queda na arrecadação e muitos admitem que podem até abandonar a profissão.
Inconformados, eles cobram a implementação de regras que limitem a quantidade de pessoas que prestam esse tipo de transporte alternativo, assim como, existem critérios para os serviços de táxi, mototáxi e vans escolares.
Taxista há sete anos, Leandro Batista, diz que “pelo que sabemos existem mais de 5 mil aplicativos baixados e 2500 trabalhando, a gente se tornou apenas 10% deles, infelizmente uma briga desleal. Tem que limitar”.
Outra preocupação dos profissionais é que mesmo aqueles motoristas que são cadastrados por outras cidades vem a Franca para prestar atendimento.
“Os taxistas são liberados conforme a quantidade de habitantes, hoje nós somos entre 250 a 280, então ficou difícil trabalhar, sobrou pouco para gente” acrescentou.
Celso Régis trabalhou 20 anos como mototaxista e há seis meses atua como taxista. Ele lamenta a situação e explica que “a gente tem que trabalhar por igual, desse jeito nós vamos ter que arrumar outro serviço”.
A lei também define critérios para a prestação de serviços dos mototaxistas, atualmente são liberados cerca de 530 vagas. O representante da categoria, Paulo Custódio, explica que “nós não somos contra a Uber ou qualquer outra empresa, queremos que seja feita a mesma coisa pra eles, temos que fazer vistoria duas vezes por ano, temos que pagar impostos, seguro e temos identificação. Queremos igualdade”.
Outro aspecto que também gera muita reclamação, é que segundo eles, não há fiscalização para combater os clandestinos. “Não tem fiscalização e assim vira quintal de qualquer um” acrescentou Paulo.
Ouça as entrevistas:
Aplicativos
Duas empresas fazem a prestação de serviços por meio de aplicativos em Franca. A primeira a iniciar as atividades foi a Uber em março de 2018, já em agosto do ano passado a 99 também começou a operar na cidade.
Ambas as empresas estão presentes em várias cidades do país, e o serviço é assegurado pela Lei Federal 13.640 que prevê a legalidade do serviço de transporte remunerado individual.
Prefeitura
A nossa equipe entrou em contato com a Prefeitura sobre os questionamentos quanto às reclamações dos taxistas e mototaxistas, mas não houve retorno.