Aliados de Gilson podem rejeitar renovação do contrato de ônibus

Autor: Mirellem

Fonte:

17/04/2019

A discussão em torno da proposta para os serviços de transporte público parece longe de um fim tranquilo. Nesta terça-feira (16) o assunto foi novamente alvo de muita polêmica e a situação pode gerar transtornos para o prefeito, Gilson de Souza (DEM).

O contrato com a Empresa São José vence em junho deste ano e até o momento não há procedimento de abertura da licitação. Na semana passada, o prefeito esteve no legislativo para apresentar a situação e defender a renovação contratual por mais 10 anos.

Na oportunidade houve bate boca entre Gilson e o vereador, Adérmis Marini (PSDB) do chamado bloco de oposição. Mas o clima de tensão vem aumentando dia a dia com a aproximação do vencimento do atual compromisso.

Ontem (16) em entrevista ao vivo pela Rádio Imperador e portal Pop Mundi durante Programa Na Mira da Notícia apresentado por Marcelo Valim, o líder do prefeito na Câmara Municipal, Otávio Pinheiro, disse que até mesmo a base aliada a administração municipal está descontente como a situação foi conduzida e que a proposta de renovação pode ser rejeitada.

Assunto foi debatido na Câmara Municipal / Foto: Divulgação

“Não podemos simplesmente concordar com a renovação se não houver nenhum retorno para a população. O que o prefeito deveria ter feito era em tempo hábil abrir um processo de licitação, que normalmente quem acaba ganhando é a São José mesmo, mas exigir benefícios para a população” explicou o vereador.

O parlamentar alega que entre as principais reinvindicações para que a proposta seja aprovada é a redução da tarifa que atualmente é de R$ 4,30 e a construção de novos terminais regionais que iriam agilizar as viagens.

“Se houver por parte do executivo e também por parte da empresa benefícios como a construção de terminais nos bairros e a reforma do terminal central e se isso tudo for acordado aí acredito na renovação” acrescentou.

A decisão de “endurecer” para aprovar a proposta do prefeito pode trazer também consequências para a população. Segundo Otávio Pinheiro, os parlamentares estão cientes dessa possibilidade, porém atribuem a responsabilidade à administração em tomar as providências necessárias para que os usuários não fiquem sem o transporte público.

“A gente pode ter um problema da cidade ficar sem o transporte coletivo, vai caber ao prefeito administrar isso” concluiu.

Ouça a entrevista:

O engenheiro Rodrigo Verroni esteve na Câmara Municipal para apresentar um estudo que foi encomendado pela EMDEF (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca) à empresa A & EM – Assessoria e Engenharia do Movimento.

A pesquisa foi feita com base em dados operacionais fornecidos pela EMDEF, e recomenda a renovação do contrato com a empresa São José, atual responsável pela prestação do serviço público, por ser a alternativa mais viável do ponto de vista de viabilidade econômico-financeira.

Engenheiro defende renovação com a Empresa São José / Foto: Divulgação

Simulações do levantamento também apontaram que, dependendo das condições como a demanda de passageiros, idade da frota e manutenção do Terminal e abrigos, o preço da tarifa no novo contrato deverá ficar entre 4,29 e 4,70 para que o sistema apresente viabilidade financeira.

Ouça a entrevista: 

Durante as apresentações, dezenas de munícipes fizeram protesto na Câmara Municipal. Algumas pessoas levaram cartazes para cobrar melhorias no sistema de transporte público da cidade. 

Protesto marcou discussão sobre transporte em Franca / Foto: Divulgação

O presidente da EMDEF, Marcos Haber, que estava presente na Sessão, acrescentou que iria disponibilizar hoje aos vereadores a pesquisa de satisfação que a empresa realizou com os usuários do transporte coletivo.

Por fim, a vice-presidente do grupo Udecif (União de Defesa da Cidadania de Franca), Rejane Barbosa, cobrou a realização de audiências públicas sobre o tema, porque o próprio contrato indica que a sua renovação deverá ser implementada mediante interesse público coletivo. As reuniões oficiais são ainda mais necessárias se o Poder Executivo fornecer subsídios, ou seja, utilizando dinheiro público.