A discussão em torno da proposta para os serviços de transporte público parece longe de um fim tranquilo. Nesta terça-feira (16) o assunto foi novamente alvo de muita polêmica e a situação pode gerar transtornos para o prefeito, Gilson de Souza (DEM).
O contrato com a Empresa São José vence em junho deste ano e até o momento não há procedimento de abertura da licitação. Na semana passada, o prefeito esteve no legislativo para apresentar a situação e defender a renovação contratual por mais 10 anos.
Na oportunidade houve bate boca entre Gilson e o vereador, Adérmis Marini (PSDB) do chamado bloco de oposição. Mas o clima de tensão vem aumentando dia a dia com a aproximação do vencimento do atual compromisso.
Ontem (16) em entrevista ao vivo pela Rádio Imperador e portal Pop Mundi durante Programa Na Mira da Notícia apresentado por Marcelo Valim, o líder do prefeito na Câmara Municipal, Otávio Pinheiro, disse que até mesmo a base aliada a administração municipal está descontente como a situação foi conduzida e que a proposta de renovação pode ser rejeitada.
“Não podemos simplesmente concordar com a renovação se não houver nenhum retorno para a população. O que o prefeito deveria ter feito era em tempo hábil abrir um processo de licitação, que normalmente quem acaba ganhando é a São José mesmo, mas exigir benefícios para a população” explicou o vereador.
O parlamentar alega que entre as principais reinvindicações para que a proposta seja aprovada é a redução da tarifa que atualmente é de R$ 4,30 e a construção de novos terminais regionais que iriam agilizar as viagens.
“Se houver por parte do executivo e também por parte da empresa benefícios como a construção de terminais nos bairros e a reforma do terminal central e se isso tudo for acordado aí acredito na renovação” acrescentou.
A decisão de “endurecer” para aprovar a proposta do prefeito pode trazer também consequências para a população. Segundo Otávio Pinheiro, os parlamentares estão cientes dessa possibilidade, porém atribuem a responsabilidade à administração em tomar as providências necessárias para que os usuários não fiquem sem o transporte público.
“A gente pode ter um problema da cidade ficar sem o transporte coletivo, vai caber ao prefeito administrar isso” concluiu.
Ouça a entrevista:
O engenheiro Rodrigo Verroni esteve na Câmara Municipal para apresentar um estudo que foi encomendado pela EMDEF (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca) à empresa A & EM – Assessoria e Engenharia do Movimento.
A pesquisa foi feita com base em dados operacionais fornecidos pela EMDEF, e recomenda a renovação do contrato com a empresa São José, atual responsável pela prestação do serviço público, por ser a alternativa mais viável do ponto de vista de viabilidade econômico-financeira.
Simulações do levantamento também apontaram que, dependendo das condições como a demanda de passageiros, idade da frota e manutenção do Terminal e abrigos, o preço da tarifa no novo contrato deverá ficar entre 4,29 e 4,70 para que o sistema apresente viabilidade financeira.
Ouça a entrevista:
Durante as apresentações, dezenas de munícipes fizeram protesto na Câmara Municipal. Algumas pessoas levaram cartazes para cobrar melhorias no sistema de transporte público da cidade.
O presidente da EMDEF, Marcos Haber, que estava presente na Sessão, acrescentou que iria disponibilizar hoje aos vereadores a pesquisa de satisfação que a empresa realizou com os usuários do transporte coletivo.
Por fim, a vice-presidente do grupo Udecif (União de Defesa da Cidadania de Franca), Rejane Barbosa, cobrou a realização de audiências públicas sobre o tema, porque o próprio contrato indica que a sua renovação deverá ser implementada mediante interesse público coletivo. As reuniões oficiais são ainda mais necessárias se o Poder Executivo fornecer subsídios, ou seja, utilizando dinheiro público.