O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Borracha de Franca (Sindibor) confirmou na manhã desta segunda-feira (12) que está acompanhando todo processo após o anúncio das demissões no Grupo Amazonas, uma das maiores empresas de Franca e do Brasil.
O presidente da entidade, Geraldo Ferreira Nobre, disse em entrevista pela Rádio Imperador e o portal Pop Mundi que 150 trabalhadores ligados ao setor de borracha foram dispensados na cidade.
Ele ainda acrescentou que todos terão os direitos garantidos das verbas rescisórias que inclui os dias trabalhados, férias, 13º salário, algumas cláusulas que estão garantidas na convenção coletiva, multa e saque do FGTS.
“Os funcionários já receberam aviso prévio e não haverá retorno. Nós estamos em contato com a empresa, fizemos uma reunião com departamento jurídico e nos informaram que devido a situação financeira da empresa eles proporão aos trabalhadores o pagamento das verbas rescisórias e da multa sobre FGTS em parcelas. Essas parcelas quanto maior o valor da rescisão, maior o número de parcelas” explicou Geraldo Nobre.
Segundo o sindicato, as demissões ocorrem devido a desativação do setor de solados e placas sendo mantida apenas a produção de matéria prima para pneus.
O Grupo Amazonas trabalha com a produção de componentes como, colas, adesivos, compostos de borracha e de TR, selantes, sendo um dos principais fornecedores de indústrias calçadistas, indústrias dos setores móveis, colchões, gráfico e automotivo.
Com 72 anos de história, o grupo conta com mais de 1 mil funcionários divididos entre quatro fábricas: duas em Franca (SP), uma em João Pessoa (PB), uma em Jequié (BA) e um Centro de Distribuição na região Sul do país; além de 14 filiais e agências da área de Transporte.
Geraldo Nobre ainda disse “é uma empresa idônea, uma ótima empresa onde nesses anos todos passaram milhares de trabalhadores, é uma empresa que sempre teve uma posição social junto aos seus trabalhadores e chegar ao ponto que chegou é lastimável”.
Ouça a entrevista:
Ainda de acordo com as informações, o Grupo Amazonas também encerrou as atividades da Transportadora Painel com a demissão de 70 funcionários.
As homologações serão acompanhadas pelo Sindicato dos Motoristas de Franca e Região. O presidente, Geraldo Xavier de Almeida, também confirmou que os pagamentos serão parcelados mediante acordo com os funcionários e disse que essas mudanças são reflexos da Reforma Trabalhista.
“A reforma trabalhista ela deu esse gancho para o desemprego nas grandes empresas. Ela aprovou as terceirizações, a Amazonas vai terceirizar toda a produção de sola. Os deputados aprovaram e as grandes empresas estão todas terceirizando” disse Xavier.
Ouça a entrevista:
O que diz o Grupo Amazonas ?
No final da tarde desta segunda-feira (12) o Grupo Amazonas se manifestou com relação ao assunto e confirmou que foram no total 328 demissões, além das dispensas feitas em Franca, os desligamentos também ocorreram na unidade em Paraíba (PB).
Em nota a empresa diz que "buscou sempre adaptar-se aos diferentes cenários econômicos, nacional e internacional, alinhando-se às constantes mudanças de um mercado consumidor que se transforma constantemente. Neste contexto, buscando nos adaptarmos às exigências de mercado, vimo-nos compelidos a implementar um modelo de reestruturação de negócios, de forma a redimensionar a empresa"
O documento ainda confirma que "assim sendo, deixamos de operar nos seguimentos de transporte (Transportadora Painel) e de Solados e Placas de borracha. Esta medida conclui um plano que tem como objetivo principal, o fortalecimento de nossas unidades de Adesivos e Selantes e Compostos de Borracha".
