A polêmica sobre a reativação do Centro Pop será tema de discussão nesta terça-feira (23) na sessão da Câmara Municipal.
O tema ganhou repercussão após moradores descobrirem que o equipamento que é voltado ao atendimento de moradores de rua pode ser instalado no antigo prédio que abrigava a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) na Vila Formosa.
O prédio também antigamente abrigou o Centro Social Urbano (CSU). A informação gerou revolta de moradores que não querem a instalação do equipamento no local e até protestos foram realizados na semana passada.
Nesta terça-feira (23) os vereadores discutem o Projeto de Lei Complementar nº 19/2021 sobre a obrigatoriedade de realização do Estudo de Impacto de Vizinhança na instalação do Centro Pop.
Ele já deve ser apreciado na terça-feira em regime de urgência, devido à possibilidade de o Centro Pop ser instalado em breve num prédio da Vila Formosa.
De acordo com a nova propositura, a implantação do órgão fica condicionada à anuência de mais de 50% dos munícipes que moram num raio mínimo de 300 metros de distância do local de instalação pretendido. Ou seja, a maioria dos vizinhos precisam concordar com a vinda do Centro Pop para que o órgão possa funcionar ali.
Durante a reunião das comissões de Legislação, Justiça e Redação e de Finanças e Orçamento da Câmara, realizada na manhã de sexta-feira, 19, a nova proposta foi debatida com a secretária municipal de Ação Social, Gislaine Liporoni.
Ela alegou que o PL nº 24 inviabilizaria a reinstalação do Centro Pop, que por enquanto está inativo, e defendeu a sua existência.
“As pessoas em situação de rua devem ser acolhidas e respeitadas. O serviço precisa ser instalado numa área urbana e de fácil acesso. Quando tentaram implantá-lo na periferia, a Justiça não permitiu. A questão do Centro Pop não tem volta. Eu não iria propor nada que fosse um descaso com a comunidade. [O Centro Pop] É a forma legal e legítima para atenuar o problema”, afirmou Gislaine, acrescentando que existem cerca de 470 moradores de rua na cidade atualmente.
Os autores da matéria são os vereadores Donizete da Farmácia (MDB), Lurdinha Granzotte (PSL) e Marcelo Tidy (DEM), protocolaram um PL semelhante, de número 24/2021, para corrigir a falha anterior
Donizete justificou a necessidade de apresentar o projeto.
Ouça a entrevista:
Durante a semana, o tema também foi debatido pelos moradores que alegam que a experiência anterior do Centro Pop em prédio na avenida Hélio Palermo não foi positiva, causando diversos transtornos aos comerciantes e moradores da região.
Em entrevista ao Programa Patrulha da Cidade apresentado por Marcelo Valim que vai ao ar diariamente pela Rádio Imperador e portal Pop Mundi das 5h às 8h, o morador, Marcelo Carvalho, explicou que não é contra o equipamento, mas não considera correto que a Prefeitura instale esse tipo de serviço sem antes dar oportunidade de manifestação dos moradores.
Ouça a entrevista:
Sobre o assunto, o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) também falou ao radialista Marcelo Valim e defendeu que é preciso criar equipamentos que atendam os moradores de rua e que o Centro Pop é necessário, além de outras propostas.
Ouça a entrevista:
Foto: Arquivo Pop Mundi